Contabilizze - Por que estou com problema no fluxo de caixa?

POR QUE ESTOU COM PROBLEMAS NO FLUXO DE CAIXA

POR QUE ESTOU COM PROBLEMAS NO FLUXO DE CAIXA

Todo empreendedor precisa trabalhar para identificar os problemas de fluxo o quanto antes, por meio de planejamento. No entanto, o jeito mais óbvio de percebemos os problemas com o fluxo de caixa é a falta de dinheiro. Chega um dia que a empresa não consegue pagar seus fornecedores, salários e impostos.

Com uma sistemática de planejamento e visualização antecipada dos problemas, não resolvemos a situação em si, mas fabricamos tempo para tomar uma série de medidas de ajuste.

O nosso negócio é economicamente viável, mas sofre temporariamente de problemas financeiros.

Se você ainda não o fez, sugiro começar com a projeção de um fluxo de caixa para os próximos três ou quatro meses e se deparar com a quantificação do real problema. No mundo da gestão, estar face a face com o problema é importante passo para começar a resolvê-lo. Enfiar a cabeça dentro de um buraco, entrar em senso de negação ou colocar as fichas em algum evento incerto podem ser apenas a terceirização do problema ao acaso.

Prever o futuro antes do dinheiro acabar

Você precisa saber meses antes que vai faltar dinheiro para ter tempo de fazer alguma coisa a respeito. Porque se já faltou e a data de vencimento é amanhã, suas opções se tornarão mais restritas (se ainda houver!), como pegar um “dinheiro caro” para pagar com urgência as contas prestes a vencer.

É necessário fazer planejamento! Não precisa ser uma projeção anual se a natureza da sua empresa for pouco previsível e os clientes não forem regulares. Faça uma projeção para os próximos 3 ou 4 meses. Ainda parece muito tempo? Comece, então, prevendo as próximas semanas. O mais importante é ganhar alguma margem de antecipação porque, com o tempo fará melhores escolhas e, sobretudo, não começará a colocar sua reputação em risco.

O fluxo de caixa é matemática simples: só pode sair aquilo que entrou. Seja realista nas previsões de entradas e muito mais ainda ao cobrá-las.

O controle de contas a pagar e a receber tem dinâmicas totalmente diferentes. Por um lado, a saída de caixa será mais previsível. Você sabe que precisa pagar todo mês os salários dos funcionários, os encargos, impostos, aluguel e fornecedores. Porém, as entradas não são tão previsíveis assim. Há o risco da inadimplência e de atraso de seus clientes, então é importante que o conhecimento e dados do histórico sejam usados na projeção. Fluxo de caixa tem que ser uma peça de realismo, e não de desejos de que algo funcione.

Se precisar atrasar, priorize o que tem menor risco para o negócio.

Você tem uma série de contas na mesa e precisa decidir qual delas priorizar, já que não consegue pagar todas. Nesse caso, escolha pagar primeiro aquilo que tem o maior risco de interromper o funcionamento da sua operação. Recomendo que, quanto maior sua operação for, mais pessoas de outras partes da empresa sejam envolvidas.

Aumentar as vendas nem sempre é solução.

A estratégia de gerar mais caixa sempre passa por aumentar o volume de vendas, mas essa nem sempre é a decisão mais eficiente para o curto prazo. Em alguns casos, acredite, é mais importante vender menos.

Boa parte das vendas demanda algum capital de giro, o que você poderá não ter. Ainda pior: se você caminhar para contratos com risco de inadimplência e baixa rentabilidade, pois você pode comprometer ainda mais o funcionamento da empresa. Você aumenta a demanda de mão de obra, matéria prima ou suprimentos para garantir aquela entrega e não tem segurança de que o pagamento vai ser realizado no tempo que você precisa.

Nesses casos, pode ser mais importante você limpar o seu portfólio de clientes para diminuir o risco. Você pode diminuir o número de contratos, equacionando quem são os clientes com margem baixa e risco alto de inadimplência para, então decidir abrir mão deles.

Restruturação de gastos.

Se você mexeu no volume de vendas e no número de clientes, precisa compensar isso reestruturando os gastos para a operação ficar mais enxuta. Na prática, significa desde a troca de fornecedores, plano de saúde até o local de seu escritório para diminuir gastos totais. Essa reestruturação se divide em coisas que custam e outras que não custam. Por exemplo, mandar pessoas embora custa. Se você não tem caixa, não poderá mexer nisso no curto prazo. Mas poderá rever contratos e gerar espaço gradual em caixa para medidas de redução de gasto que custem.

Não tenha vergonha de negociar.

Quando vemos momentos difíceis no horizonte, a reação mais usual que observamos entre empreendedores é esgotar primeiramente as alternativas de endividamento a curto prazo, desde a antecipação de recebíveis até recorrer a um empréstimo. A reação é lógica por um lado, mas muitas vezes insuficiente.

Dependendo do porte do problema de caixa, quanto mais cedo o empreendedor sentar e negociar com seus parceiros de negócio, melhor. Podem ser seus prestadores de serviço, fornecedores e até mesmo o proprietário do prédio que você aluga. A maioria dos empreendedores ficam reticente em fazer isso por não quererem transparecer algum problema de solidez, mas se o recurso for bem usado, você e seus parceiros passarão pela turbulência e, ainda de quebra, terão a relação de confiança fortalecida. O famoso “combinado não sai caro” se encaixa muito bem aqui.

Na prática, o que eu posso fazer?

- Se você tem problemas de caixa, faça antes de tudo a reflexão: esse problema é tático, por conta da inadimplência dos clientes ou baixa nas vendas; ou estrutural, por conta da viabilidade econômica de sua empresa?

- Se a resposta for de nível tático, faça o planejamento e a projeção do caixa; desenhe um processo de cobranças; não tenha medo de negociar com os fornecedores e reestruture os gastos para a operação ficar mais enxuta;

- Se o problema for estrutural, revisite o seu modelo de negócio. Para isso, tenha ao seu lado um consultor financeiro capaz de te dar suporte estratégico na tomada de decisão.


Matéria copilada da Endeavor.
www.endeavor.org.br